Colapso de corrente oceânica pode antecipar “Era do Gelo” na Europa

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Um recente e abrangente estudo internacional alerta que o sistema de correntes oce?nicas que aquece o Hemisf?rio Norte, incluindo a crucial Corrente do Golfo, pode entrar em colapso completo mais cedo do que o previsto, com consequ?ncias dram?ticas para o clima global. A pesquisa, coordenada por cinco institutos clim?ticos e publicada na revista Environment Research Letters, indica que o ponto de inflex?o para esse desastre pode ser alcan?ado nas pr?ximas d?cadas.

O foco da pesquisa ? a Circula??o de Revolvimento Meridional do Atl?ntico (AMOC), uma gigantesca ?esteira transportadora? oce?nica que leva ?gua quente dos tr?picos para o norte, aquecendo a Europa Ocidental. Sem ela, cidades como Londres e Edimburgo enfrentariam invernos drasticamente mais rigorosos.

A principal descoberta do estudo ? um?cronograma acelerado para o colapso. Enquanto o ?ltimo relat?rio do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudan?as Clim?ticas) mostrava confian?a moderada de que o sistema n?o entraria em colapso neste s?culo, a nova modelagem, que estende as proje??es at? 2500, sugere que o ponto de n?o retorno nos mares do Atl?ntico Norte pode ser ultrapassado em breve.

?Nas simula??es, o ponto de inflex?o geralmente ocorre nas pr?ximas d?cadas, o que ? muito preocupante?, afirma Stefan Rahmstorf, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Potsdam. Ap?s esse limiar, um mecanismo de feedback torna o desligamento da AMOC inevit?vel, podendo levar ? sua paralisa??o total entre 50 e 100 anos depois.

De acordo com o artigo, as consequ?ncias de um colapso seriam dram?ticas. A Europa enfrentaria invernos mais rigorosos, tempestades intensas e quedas na produ??o agr?cola que poderiam chegar a 30%. O noroeste europeu teria temperaturas muito mais baixas e menos chuvas, impactando diretamente a vida de milh?es de pessoas. J? nos EUA, o n?vel do mar subiria nas costas leste, aumentando os riscos de inunda??es.

Mapa topogr?fico da circula??o esquem?tica das correntes superficiais (curvas s?lidas) e profundas (curvas tracejadas) do Oceano Atl?ntico, que formam uma por??o da Circula??o Meridional do Atl?ntico (AMOC). As cores das curvas indicam temperaturas aproximadas. Cr?dito: Wikimedia Commons (CC BY 3.0)

Era do gelo na Europa

Os impactos seriam profundos e bif?sicos:

  • Invernos Glaciais: O noroeste da Europa poderia experimentar uma ?pequena era do gelo?, com temperaturas caindo abaixo de -30°C e o Mar do Norte congelando no inverno.
  • Ver?es de Seca Extrema: A mesma falha na corrente reduziria drasticamente a umidade, levando a secas severas e processo de desertifica??o em partes do continente durante o ver?o.

A causa direta ? o aquecimento global. ? medida que a atmosfera aquece, a superf?cie do oceano perde menos calor no inverno, tornando a ?gua menos densa e impedindo que ela afunde nas latitudes norte?o motor que impulsiona toda a corrente. O derretimento acelerado das calotas polares, injetando ?gua doce n?o salgada no sistema, agrava ainda mais o problema, um fator que os cientistas alertam que pode tornar o colapso ainda mais iminente do que os modelos atuais projetam.

Representa??o art?stica da Circula??o Meridional de Revolvimento do Atl?ntico (AMOC, na sigla em ingl?s). Cr?dito: NASA

A pesquisa conclui que, embora cortes dr?sticos e imediatos nas emiss?es de gases de efeito estufa possam reduzir significativamente o risco, pode ser tarde demais para elimin?-lo completamente. A amea?a ? considerada t?o grave que pa?ses como a Isl?ndia j? classificaram o enfraquecimento da AMOC como uma ?amea?a existencial? ? seguran?a nacional.

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“A AMOC ? como uma fogueira com cada vez menos combust?vel. Se pararmos de jogar novos blocos de madeira no fogo, o fogo n?o se apaga imediatamente, mas continua queimando lentamente por algum tempo”, disse Sybren Drijfhout, autor principal do estudo. “Para a AMOC, esse ‘tempo de queima lenta’ ? de cerca de 50 anos.”





Fonte: TV Alagoas

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